26/08/2009

Cintra

Alguém se lembra da cerveja Cintra? Bom, segundo as palavras do seu Presidente, aquando do seu lançamento, esta marca já deveria ser líder do mercado cervejeiro em Portugal desde 2005! Na realidade, foi esse o ano em que a empresa (a Drink In) foi vendida para um projecto alternativo para tentar a sua salvação (que também falhou, e que levou à insolvência da empresa, que decorre em tribunal)...

Querem umas pistas? Bom, se vão desafiar um duopólio bem instituído (como o que a Sociedade Central de Cervejas e a Unicer conquistaram por mérito próprio neste mercado), têm que pensar em grande em termos de investimento publicitário. Gastar abaixo dos dois gigantes e tentar capitalizar apenas na imagem 'única' do seu presidente é, comprovadamente, errado. Portanto, é bom que tenham fontes de financiamento estáveis, possantes, e que aguentem um forte período sem retorno do imenso investimento.

Outra pista? Bom, olhem para a distribuição. O mercado cervejeiro português é claramente dominado por dois gigantes que trabalham muito eficazmente a distribuição, nomeadamente a nível do canal Horeca. Qualquer pretensão de conquistar um destes pontos de venda por parte de uma nova marca deve esperar encontrar uma forte (e funda) resistência, para manter o ponto de venda agarrado. Perguntem a qualquer dono de um café e ele diz-vos como é...

Escala! Como é que estão a pensar diluir custos de investimento numa nova e enorme e despesista unidade produtiva sem uma única unidade vendida? É natural que as estimativas de Sousa Cintra apontassem para que a marca ganhasse a liderança de mercado em 3 anos... era a única maneira de gerar economias de escala para que o projecto fosse financeiramente viável! Só que, infelizmente, essas estimativas tinham apenas como origem uma necessidade financeira e não uma capacidade real da empresa.

Este foi, definitivamente, um típico e claro caso de "mau exemplo". Um daqueles em que todos nós temos muito que reflectir (aceito sugestões de mais razões para esta marca não se ter afirmado - tenho a certeza que apenas aflorei uma pequena parte!) e aprender... mesmo que estejamos a beber uma cervejinha fresquinha numa esplanada ao final da tarde...

11/08/2009

Learning from your own mistakes



I was (partly) responsible for this gem a few years ago... It was pulled from TV after only one week on-air due to a complaint from the Head of Portuguese Police.

09/07/2009

Marketing turístico em Portugal

Enquanto Nova York pensava nestas coisas em 1977, ano da criação do famoso I LOVE NY, estudando o consumidor e tentando perceber o que poderia ser a vantagem comparativa da cidade a nível turístico, Portugal estava ainda na Idade da Pedra do marketing turístico.
O problema é que lendo hoje esta notícia do Jornal de Negócios fiquei com a sensação que ainda estamos no temo dos Flintstones...

"Andámos todos a dar uns palpites. Agora queremos conhecer, do ponto de vista científico, a natureza de quem nos procura". Directo ao assunto, Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro, explica assim o porquê e o para quê do inquérito internacional que será realizado para caracterizar o nível de satisfação dos turistas que procuram a região Norte do País.

"Trata-se de uma operação completamente inédita em Portugal", garantiu Paulo Gomes, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), entidade promotora da inquérito, em parceria com a "Turismo do Porto e Norte" e a "Turismo do Douro", as duas entidades regionais desta actividade.


Então o que é que andámos a fazer todos estes anos? Como é que uma coisa destas não existe para todos as regiões potencialmente turísticas do país?

O turismo para um país como Portugal (e como os EUA ou Itália ou Espanha ou practicamente todos os países com beleza natural) é um factor-chave para o desenvolvimento da economia e não tem porque ser maltratado. Não se pode gastar milhões de euros em estudos sobre o novo aeroporto sem perceber o porquê de alguém voar para Lisboa.

O marketing turístico é infelizmente uma realidade muito maltratada em Portugal.

05/07/2009

Fiat Cinquecento launch party

A couple of years ago, Fiat Portugal caused sensation with it's 600-model launch party. Right in the middle of fancy Bairro Alto, the Saturday night party was a splash - with thousands of persons in it and getting plenty of media attention.

This year they tried to make it for a second time. The purpose? The launch the new Cinquecento model on a big way! For that, Fiat rented the Campo Pequeno bullfight arena, setting up a major party in it, with all the requirements for such - a big venue, well-trained security teams, big logistics, good decoration and FX animation, a batallion of nice and well-informed hostesses. They also did tactical advertising around it, and sent invitations to a number of influential opinion makers. Everything was prepared for a great evening but...

The party was a real blunder! Everything was nicely organised... for the 50 persons that attended! And when you have a big venue, prepared to hole down a couple thousand persons, 50 attendants only show how blundered that went. The problem (and a great lesson) was simple. In Bairro Alto's party, the persons were already there (Bairro Alto usually houses at least 1000 persons on a regular Saturday evening), it was a matter of putting the party and animation in it. This time, the challenge was completely different - Fiat had to get the people to attend the party. And that is not an easy task...

23/06/2009

Hipercor

A crise aqui em Espanha é uma psicose nacional. Não admira, foram muitos anos de crescimento muito elevado e já ninguém estava habituado ou preparado para uma coisa destas.
O consumo retrai-se, as marcas próprias dão um salto impressionante e a cadeia de hipermercados top-of-mind de repente tem a noção que se calhar o melhor é pensar um bocado na sua estratégia de preços. Vai daí saca um anúncio que comunica uma coisa muito simples: "Hipercor agora é Hiperprecio. Baixámos os preços dos produtos frescos em 25%".

O que é que eles querem dizer com isto? Simples, Hipercor andou a viver do sr. consumidor porque era o El Corte Inglés e porque tinha um serviço melhor, cobrando preços e margens muito acima da média e agora como estão verdadeiramente entalados decidem baixar todos os seus produtos frescos 25% para ficarem pelo menos minimamente competitivos.

A má notícia é que mesmo assim não ficam... Um ananás no Dia% custa 1,95€ e no El corte Inglés 3,99€. Qualidade igual. Localização da loja igualmente central. O bom aspecto e o bom serviço não justificam grandes diferenças de preço. Sobretudo em tempos como estes.

11/05/2009

Axe para que te quero?

Não, não e não. Não me digam que Axe é para o suor dos sovacos. Isso é para Rexona ou para todos os outros que clamam "eficácia 24 horas". Axe é para o engate, para seres o campeão, para o Don Juan que temos dentro de nós. Não quer dizer que o uses mas sabes muito claramente o posicionamento que transmite.
E agora vêm com este novo anúncio que fala do problema que o rapaz tem com o suor... Um rapaz que usa Axe não tem problemas de suor! Ou se os tem até fica mais sexy e as mulheres vão desejá-lo muito mais. Axe é para uma coisa, e uma coisa muito clara, única e diferenciadora.
Axe nunca vai ser a marca da eficácia, por isso para quê este anúncio meus senhores?



Nota: Não questiono a qualidade do próprio anúncio, nem dos actores mas isto não é o anúncio que estás à espera para uma marca destas. O sovaco não é um problema para o Homem Axe.

23/04/2009

Your Logo makes me Barf

I was just surfing around brandlife.es website and couldn't help noticing this post!

It seems like a group of designers from the state of Missouri (USA) had the same idea as we did and started to fight against bad logo design. The result is that it isn't so hard to find examples...

cutting-edge-dentistry

There was no subtilty needed to communicate the message: they named their website www.yourlogomakesmebarf.com!

exquisite-outdoor-lighting

The objective is to give “funny examples of what happens if a non-qualified person (the friend of your neighbour's uncle for instance) designs your company logo."

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22/04/2009

El Libro Negro del Emprendedor

El autor lo pone de una manera original en su preliminar. Fernando Trías de Bes tecleó un día en Google "factores claves de éxito" y la búsqueda arrojó 20.900 entradas. Luego tecleó "factores claves de fracaso" y obtuvo nada más y nada menos que... 2 entradas!
Total que analisar el fracaso ocupa solamente un 0,02% de las estanterias de las librerias y de las búsquedas de Google.

Sin perderse en temas demasiado técnicos (de hecho no hay un solo gráfico en este libro) el autor me ha dado unas horas de lectura muy interesantes. Inteligente la estructura que sigue, creando 14 asaltos al mejor estilo del boxeo comparando el acto de emprender com subirse a un ring para un combate. Se terminamos los 14 asaltos de pié, o sea, se todo los "factores críticos de fracaso" no nos hicieren daño, estaremos listos para emprender y tirar por delante con nuestro proyecto.

Es un libro que puede ser inspirador o desmotivador, pero que sea como sea el resultado final te ha orientado para la toma de decisiones.

Me quedo con una frase de uno de los emprendedores entrevistados por el autor, Xavier Gabriel, fundador de La Bruixa d'Or: "Fracasar no es perder. Es no haberlo intentado."


Review de Casa del Libro:
Ser emprendedor constituye una postura vital, una forma de enfrentarse al mundo que implica disfrutar con la incertidumbre y la inseguridad de qué sucederá mañana. No existen ideas brillantes que, por sí solas, den lugar a negocios redondos: lo esencial es cómo un concepto se pone en práctica. Sin embargo el 90 % de las iniciativas fracasan antes de cuatro años y sólo el 3% de los manuales de empresa se dedican a explicar por qué. De ahí la relevancia de este libro. Fernando Trías de Bes, coautor de La buena suerte, analiza los factores clave del fracaso y define los rasgos que debe reunir un verdadero emprendedor: motivación y talento para ver algo especial en una idea que puede que otros ya conozcan. Pero, por encima de todo, es necesario disponer de un espíritu luchador: no fracasan las ideas, sino son las ilusiones las que se dejan vencer por falta de cintura, imaginación y flexibilidad para afrontar imprevistos.

19/04/2009

If you want to badmouth someone, do it right

The Labour party in the UK has found itself in the middle of huge controversy due to the discovery of an email sent by one senior official, Damian McBride, to a blog associated with the party. This email apparently contained ideas to fabricate stories with false rumours about the opposition, including:
- That the opposition leader, David Cameron, had a sexually transmited disease (David Cameron is well know for his family values and one of his sons, who was severely disabled, died recently).
- That several embarassing photographs showing opposition Shadow Chancellor (a sort of opposition finance minister in the UK) existed and were about to be published (Osborne was photographed with a prostitute in 2005). These were said to include pictures of him "posing in a bra, knickers and suspenders" and "with his face 'blacked up'"

Now, my only comment is this: how stupid do you have to be to send these ideas to a mailing list of several people, and to actually leave these things in writing in the first place?!? We all know that politics is not exactly a clean game, and most likely all parties play as dirty as this or more. It is also likely that the  newspaper industry helps them spread unfounded rumours because it's good business, and the bloggers get more visits to their biased pages. But this was amateurish! What happened to having a quiet drink in an empty pub, writing the ideas down in a napkin and then burning it down? Didn't any of these muppets watch Mission Impossible and learnt from the "this message will self-distruct in 5 seconds" approach? Amateurs!

18/04/2009

Hoover Promo Disaster

So promo actions are one of the ways to make your product more attractive to the consumer, right? Increasing the value you give him is a nice idea, so you will attract more customers or at least make them buy more of your product, thus your revenues and profits will increase! Yep! After all, the more you sell, the more money your company gets! But just make sure you don't do it like Hoover in the UK, in the nineties...

In 1992, Hoover decided to launch an incredible eye-opener promotion, with a clear aim – to drive up sales, minimizing a too expensive inventory. If you bought €100 on Hoover’s appliances (remember the vacuum cleaners?), you would receive 2 free return flight tickets to Europe. It was a generous offer! And the sales results were extremely positive!

So… they decided to run it a second time – but not exactly the same way, after all, one needs to innovate. This time you would have to expend £150, but you would receive 2 free return tickets to the US! Great! Genious! So much, that some say that about a third of all british households bought £150 on Hoovers appliances, and demanded their free tickets…

Lets face it! This would not be a problem… unless Hoover didn’t do their financial homework right – and guess? Hoover was giving more value to the consumer that they could afford – they were not extracting enough value from each sale to pay for the prize they were offering!

So, this a good example of how a promotion can be a finantial disaster. Hoover in the UK was driven to the verge of bankruptcy due to this promo and almost their entire Board had to resign. Basically, this lesson number one – make sure that you are generating enough value out of a promotion to meet your targets (and make sure that it pays off)! But if you think we are done… guess, we have a second lesson to learn from this promotional disaster – just check the paragraph to see what Hoover did next…

Hoover realized too late that they were running a disastrous action – and they decided to go off air and stop adverstising it But the problem was that Hoover made the decision that they couldn’t afford the promo – and so they decided to start raising difficulties and hurdles to the consumers who bought £150 off their products so they couldn’t ‘cash’ the 2 free return flight tickets they were entitled to! It was a PR disaster! The Hoover Holyday Pressure Group was started, and they numbered several thousand angry customers who brought the issue to the Parliament and to Hoover’s ‘mother-house’ HQs in the US… Some disgruntled consumers even stole Hoover’s company vans, as retaliation for the problems they were facing and the feeling they were cheated! The UK consumer would take a long time to forget about Hoover brand…

15/04/2009

Depressing mistakes



I recently read this book by Paul Krugman that revisits all the mistakes that lead us to the present economic crisis. I will let you discover the book for yourself, including all the errors of Alan Greenspam, the IMF, and dumb politicians across the world, but my personal favourite is this quote from the depths of the Great Depression, by former US Secretary of Treasure Andrew Mellon: "Liquidate labour, liquidate stocks, liquidate the farmers, liquidate real estate... purge the rottenness out of the system".

This quote by a senior state official is credited as part of the reason why the recession turned into a depression in the 30's. Can you imagine today's politicians saying "Close down every business that is not doing well?". No mather how much we dislike the bank rescues that took place a little bit everywhere across the world, at least we seem to have learned something from past mistakes.

The Ten Commandments for Business Failure

Através deste livro, Donald R. Keough sustenta que nem todos os falhanços empresariais se devem a erros estratégicos, mas sim que o falhanço real está nas pessoas que lideram as empresas.
Depois de mais de 6 décadas no mundo empresarial (Keough tem 81 anos), em grandes empresas multinacionais como a Coca-Cola, o autor formula a teoria que, aprendendo com os erros, se pode chegar a ser um perdedor "com muito êxito".


Review from Booklist
Keough, a distinguished corporate executive, offers a perspective on failure that is especially applicable to leaders who have attained some degree of success. With a foreword by his longtime friend and associate Warren Buffett, the renowned investor, the author presents a chapter on each of his 10 commandments for failure and adds a bonus chapter about how losing passion for work and for life is a certain route to disaster. His failure commandments include stop taking risks; be inflexible; isolate yourself; assume infallibility; play the game close to the foul line (which offers thoughtful commentary on ethics); don’t take time to think; put all your faith in outside consultants; love your bureaucracy; send mixed messages; and be afraid of the future. Keough’s book is rich with examples of failure, and he gives advice on how to recover from mistakes while learning from them and moving ahead. This is an excellent book with valuable insight for corporate executives and those aspiring to corporate leadership.
Mary Whaley